Quem vive em Brasília deve reconhecer que festivais de jazz, blues e rock produzidos na rua estão entre as mais promissoras investidas no mercado do entretenimento local. E um dos eventos que há mais tempo inspira a ocupação do centro urbano da capital dá as caras novamente em sua sétima edição, a ser realizada nos dias 20 e 21 de abril, integrando a programação do aniversário de Brasília. Os amantes do jazz, do rock e, claro, do blues terão, na ocasião, um espaço de encontro, às 20h de sexta (20), e às 19h de sábado (21).
República Blues é uma realização do Clube do Blues de Brasília, sob apresentação do Fundo de Apoio à Cultura do Governo de Brasília. Em caráter ampliado, o festival conta com dois palcos e 23 atrações do jazz, do rock e, claro, do blues, sendo duas internacionais, cinco de expressão nacional e outras 16 do Distrito Federal. Em 2018, o evento ocupa a área externa da Funarte, com estrutura preparada para receber cerca de 10.000 pessoas.
Na programação internacional do palco principal, figuram dois artistas que prometem chamar atenção: o cantor, compositor e guitarrista são-tomense-congolês Yannick Delass; e o músico de estadunidense de Chicago Omar Coleman uma das grandes referências do blues moderno.
Entre os artistas nacionais, chamam atenção as presenças do grande mestre Hermeto Pascoal, do gaitista carioca Jefferson Gonçalves, da cantora carioca Taryn Spilman; do duo entre a prata da casa Hamilton de Holanda, e o guitarrista baiano cheio de personalidade Armandinho Macedo; além da banda Blues Etílicos, a mais conhecida do estilo no Brasil.
Ainda no palco principal, artistas do Distrito Federal engrandecem a programação. São eles: Tex Quarteto Instrumental, Passo Largo, Cachorro Cego, Protofonia, Dillo e Brazilian Blues Band. O festival República Blues contará, ainda, com oficinas de música e a presença de curadores de grandes festivais do gênero que farão pichings com as bandas do DF que desejam apresentar seus trabalhos e buscar espaços em festivais fora da Capital. Para isso, um segundo palco, de nome Kombiando, programará mais dez artistas da cidade. Entre os nomes programados neste palco, figuram Marcius Cabral, Bartô Blues, Marlene Souza e Delta Boy Walt 1000.
Saiba mais sobre o festival República Blues
Criado em 2006, no Distrito Federal, pelo Clube do Blues de Brasília, o festival República Blues conta com seis edições realizadas e um progressivo crescimento de público e interesse nacional ano após ano. Na primeira edição, uma média de 1000 pessoas por dia se reuniu no antigo bar Café Cancun para conferir as atrações do blues nacional. De lá para cá foram duas edições no bar já citado, duas na Funarte e outras duas no Museu Nacional de Brasília, totalizando público de mais de 50 mil pessoas nas seis edições.
Confira os horários dos shows:
Sexta-feira, 20 de abril
Palco principal
19h: Tex Quarteto Instrumental (DF)
20h30: Passo Largo (DF)
22h: Armandinho Macedo (BA) & Hamilton de Holanda (RJ/DF)
23h30: Yannick Delass (República Democrática do Congo/São Tomé e Príncipe)
1h: Jefferson Gonçalves (RJ)
2h30: Cachorro Cego (DF)
Palco Kombiano
18h: Delta Boy Walt 1000 (DF)
20h: Thaise Mandalla (DF)
21h30: Cisso Cerqueira (DF)
23h: Marcius Cabral (DF)
0h30: Bartô Blues (DF)
2h: Moraes Brothers (DF)
Sábado, 21 de abril
Palco principal
18h: Protofonia (DF)
19h30: Hermeto Pascoal (SP)
21h: Dillo (DF)
22h30: Taryn Spilman (RJ)
0h: Blues Etílicos (RJ)
1h30: Brazilian Blues Band (DF)
3h: Omar Coleman (Chicago/EUA)
Palco Kombiando
17h30: Delta Boy Walt 1000 (DF)
19h: Flávio Robbie (GO)
20h30: Marlene Souza (DF)
22h: Casa Vermelha (DF)
23h30: Procurando Blues Band (DF)
1h: Marcia Campos (DF)
Saiba mais sobre as atrações:
Yannick Delass (República Democrática do Congo/São Tomé e Príncipe)
Compositor, cantor e guitarrista, Yannick Delass é originário da cidade de Kinshasa (República Democrática do Congo) e tem cidadania em São Tomé e Príncipe. Com guitarra e voz, ele sintetiza a diversidade de diferentes regiões africanas para mostrar as melodias e ritmos do continente. Em 2013 lançou o primeiro álbum, STOP, com mistura de world music, reggãe, r&b, gospel, rumba congolesa e soukous. O artista canta sobre racismo, luta e migração com canções em francês, português e em idiomas congoleses.
Omar Coleman (Chicago/EUA)
Com um som que reflete a paixão por Júnior Wells e James Brown, Omar Coleman possui três álbuns gravados. Hoje é referência mundial como vocalista e gaitista de blues e apresenta um show interativo, em comunicação direta com o público. Omar começou a tocar em 2003 e gravou em 2011 a canção “Very lucky man”, ao lado de Sean Carney Band, faixa crucial para os apreciadores do blues moderno.
Armandinho Macedo (BA) & Hamilton de Holanda (RJ/DF)
A genialidade musical de Armandinho Macedo e Hamilton de Holanda se encontrarão no palco. Com um repertório que reúne clássicos do choro e da música brasileira, o duo de bandolins apresenta também as músicas que marcaram a carreira dos dois. O trabalho que vem rodando o Brasil será registrado em um DVD gravado em paisagens marcantes do Brasil, com direito a conversas descontraídas entre as canções.
Jefferson Gonçalves (RJ)
Jefferson Gonçalves é uma das mais importantes referências brasileiras quando o assunto é gaita. O instrumentista mistura a música negra americana com ritmos do nordeste, como baião, maracatu e xaxado, para compor um repertório original. Após 12 anos com os grupos Baseado em Blues e Blues ETC, ele lançou a carreira solo em 2004 e já possui seis CDs, um LP e um DVD gravados, entre eles o comemorativo de 25 anos de carreira (2015/2016), Encruzilhada (2011) e Conexão Nordeste – Gréia ao vivo (2006).
Hermeto Pascoal (SP)
No ano em que completa 82 anos, Hermeto Pascoal lança o novo disco No mundo dos sons. Multi-instrumentista, ele toca ao lado do grupo formado por Itiberê Zwarg (baixo), Jota P. (saxes e flautas), Fabio Pascoal (percussão), André Marques (piano) e Ajurinã Zwarg (bateria), que mantém tradições desde os anos 1970. Na apresentação, ele traz sucessos da carreira e garante alguns improvisos para despertar a atenção da plateia.
Taryn Spilman (RJ)
O molejo carioca de Taryn representa a quinta geração de uma família de grandes músicos e maestros. Voz oficial da rainha Elsa, de Frozen, ela possui quatro CDs solo com uma mescla de clássicos do blues e do jazz, como o mais recente, Nouveau Vintage Café. Além desses estilos, Taryn navega também na bossa nova e tem coletâneas recheadas de clássicos da música internacional com essa nova roupagem.
Blues Etílicos (RJ)
A banda começou a carreira na década de 1980 e, desde então, produz uma extensa obra autoral de blues brasileiro. Ao clássico do ritmo, a Blues Etílicos confere às canções um toque de música brasileira e de rock. Com um show para ouvir, dançar e festejar, constam entre os trabalhos do grupo o CD Puro Malte (2013), O melhor do Blues Etílicos (2012) e Cor do Universo (2003).
Brazilian Blues Band (DF)
Blues de qualidade e em língua portuguesa. Essa é a marca da Brazilian Blues Band desde o início da carreira, há 20 anos. Os trabalhos autorais do grupo variam entre a boemia e as vivências humanas, clássicas do estilo, até as questões regionais do Brasil. Entre os trabalhos do grupo estão Rapadura com Bourbon (2003), Máfia da mortadela (2010) e 500g de blues (2012).
Tex Quarteto Instrumental (DF)
Formado por Tex (guitarra e violão), Nando Lima (baixo), Fernando Palau (teclado) e Tuca Lima (bateria), o Tex Quarteto apresenta o show Todas as línguas. O setlist foi apresentado em cidades alemãs e mostra as influências musicais de Text. Com uma união de jazz, fusion e blues, eles cantam canções do primeiro CD do grupo, Chegada, e também algumas releituras de grandes cantores.
Passo Largo (DF)
A Passo Largo apresenta uma mistura que reinventa o jazz. A banda é formada por Marcus Moraes (guitarra), Vavá Afiouni (baixo) e Thiago Cunha (bateria) e mescla ao jazz um pouco de rock, funk, forró e outros ritmos brasileiros. O grupo possui dois álbuns: Passo Largo (2012) e Férias em Nibiru (2016). Além de canções autorais, eles dão uma nova cara a clássicos da música com novos arranjos.
Cachorro Cego (DF)
Com mais de 25 anos de carreira, a banda Cachorro Cego guarda sucessos como as músicas Marijuana blues, Quarto de bordel, Véio e Menina da Planaltina. Na formação atual, Luís Cachorrão (vocais), Eliceu Moraes (guitarra), Leonardo Vilela (guitarra), Diego Feijó (gaitas), Marcelo Aires (baixo) e Marco Guedes (bateria) apresentam releituras de clássicos do rock e do blues, além de músicas autorais.
Protofonia (DF)
Formado por André Chayb, Janari Coelho e André Gurgel, o grupo de música instrumental brasiliense Protofonia existe desde 2007. O setlist é formado por trabalhos autorais que misturam o clássico jazz com rock progressivo, música erudita contemporânea e outros ritmos brasileiros. Entre os trabalhos do grupo está o mais recente, Blavatskundum (2017) e outros, como A consciência do átomo (2016) e Protofonia (2013).
Dillo (DF)
Com o álbum CrocoDilloGang (2004), o compositor e multi-instrumentista Dillo deu início a carreira. O artista brasiliense mescla ritmos e teve trabalhos consagrados que o levaram a shows fora do país. Entre as produções estão o autointitulado Dillo (2016), um dos melhores discos brasileiros de seu ano, Jacaretaguá (2012) e o segundo álbum, Mestiço (2008).
Serviço – Festival República Blues 2018 – 7a edição
Datas e horários: 20 de abril (sexta), a partir das 19h; e 21 de abril (sábado), a partir das 18h
Local: Área externa do Complexo Cultural da Funarte
Classificação indicativa livre.
Entrada Franca
Informações: executiva.republicablues@
Apresentação: Fundo de Apoio à Cultura
Produção: Clube do Blues de Brasília
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